Da idéia
A proposta, ao desenhar a quase totalidade da quadra, preserva, ao máximo, áreas vegetadas e permeáveis, estabelecendo um território público, acessível, pronto e prático na funcionalidade do uso cotidiano. O conjunto edificado numa trama urbana, já configurada, procura estabelecer fortes vínculos de convivência com a cidade através de generosas entradas e volumetrias favoráveis. A dignidade e monumentalidade que o conjunto requer são conseguidas através dos adequados e necessários recursos arquitetônicos que oferecem dinâmicas situações para uma fruição plena de liberdade por parte dos usuários. O grande espelho d’água, tal qual marquise, com plantas aquáticas e peixes, elemento lúdico por natureza e que colabora, definitivamente, na criação de um micro clima para todo o conjunto, desenha uma grande sombra sobre este território humano, domesticando as condições de insolação e clima. Sobre e à beira d’a água caminhos para diletantes converseios, à sombra das questões do dia a dia.
Elevação
Imagem dos autores do projeto
As três escalas de organização deste novo espaço realizam-se através do que entendemos e propomos para o Parque, para a Praça e para o Pátio. Denominamos, com liberdade poética, Parque à área vegetada e a todo o conjunto. A Praça é o espaço defronte à entrada, espaço de encontro e contemplação, numa arquitetura para todos. Numa seqüência de percursos francos as pessoas chegam ao Pátio, enorme vestíbulo coberto, onde têm uma visão global e sintetizante do edifício, onde se informam e se dirigem aos diversos pisos. Do edifício existente descobrimos a matriz e a razão para a ocupação da quadra e implantação dos novos edifícios, pois além de outras questões fica clara a compreensão da esquina, evidente e bem resolvida conexão ao tecido urbano. A estrutura do edifício permite plantas livres que ora se desenham num novo programa de necessidades. Na outra extremidade, a preservação das espécies arbóreas parece atitude obrigatória, pois entende a área no conjunto das áreas verdes da cidade que constituem corredores ecológicos para a avifauna da região.
Da técnica
A Concepção Estrutural dos edifícios permite rápida execução e atende, por meio de vãos compatíveis ao uso flexível dos pavimentos, às funções e formas geradas a partir do programa arquitetônico. O Edifício das Varas Trabalhistas tem vigas principais protendidas associadas a lajes em balanço vencendo 20 m de vão entre núcleos estruturais, suportando vigas de aço alveoladas transversais sob lajes de concreto armado; as vigas de aço contrapõem-se às torções nas vigas principais pelas lajes em balanço permitindo juntas de dilatação na ligação das vigas com os núcleos. Os pavimentos do Edifício da Presidência são estruturados por grelha de vigas de aço sob lajes de concreto armado; as vigas são apoiadas em pilares de aço modulados nas fachadas longitudinais – que por transições ampliam os vãos livres no térreo – e em pilares de aço centrais. O espelho d’água estrutura-se por lajes planas protendidas com reforços de vigas junto às grandes aberturas. Por fim, as passarelas elevadas de ligação entre os edifícios são em estrutura metálica em balanço – leve e de fácil conexão com a estrutura principal dos edifícios. A utilização de concreto de alto desempenho e o emprego da protensão confere à estrutura características de leveza, simplicidade e economia.
Corte A
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Instalações elétricas – Serão usadas prumadas de energia normal/essencial, em “Bus-way”, com quadros de distribuição e proteção, nos “shafts” de cada pavimento. Os alimentadores gerais para as salas de ar condicionado, redes e tomadas de energia, telefonia e rede lógica serão distribuídas pelo piso elevado. As redes de iluminação ambiental e de emergência passarão pelo forro. As prumadas de energia, telefonia, rede lógica, sonorização, alarmes e controle predial serão distribuídas por “shafts” elétricos específicos e terão acesso para visita técnica pela circulação de cada pavimento. Os controles de PABX e gerenciamento situar-se-ão no piso térreo.
Corte B
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Instalações hidráulicas – Teremos um reservatório superior, na cobertura do Edifício da Presidência, em quatro células com 75.000 litros cada uma que também atenderá à reserva de incêndio. As prumadas de água potável, alimentação contra incêndio – hidrantes e “sprinklers” – condutores de esgoto sanitário e águas pluviais serão distribuídos pelos “shafts” hidráulicos específicos e terão acesso para visita técnica pela circulação de cada pavimento.
Corte C
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Ar condicionado – Optou-se por um sistema de água gelada composto de 2 resfriadores de líquido com condensação a ar montados no piso técnico. Em cada pavimento teremos condicionadores “Fan & Coil”. Este sistema insufla o ar pelo piso elevado monolítico através de difusores redondos especiais. Todo o ar insuflado será exaurido através de um sistema de exaustão mecânica por cima do forro rebaixado, resultando num ar muito mais limpo do que nos sistemas convencionais, pois este não retornará para o sistema.
Da arte
Como bem soube, noutros tempos, também a nossa arquitetura valer-se-á da arte como um elemento agregador e complementar na fruição do espaço arquitetônico. Teremos em todo o conjunto, às vezes de forma mais contundente e em grandes dimensões e noutras em singelas inserções obras de arte de artistas brasileiros convidados a participar com o seu talento, para tanto. Lembramo-nos, à partida, de Siron Franco e já imaginamos como uma pintura sua poderia se transformar num enorme painel cerâmico, em nobres empenas do conjunto edificado.
Planta térreo
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Planta segundo pavimento
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Planta 3º ao 6º pavimentos
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Planta espelho d' água
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Planta subsolo
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ficha técnica
Autores:
Carlos Dias, Lucas Fehr e Mario Figueroa
Equipe
Amanda Renz, Emeline Belliard, Flávia Tenan, Juliana Klein e Marina Canhadas
Colaboradores
Luiz de Oliveira e Marcelo Maia Rosa